domingo, 28 de agosto de 2011

Bunny Wailer -ao vivo Madison Square Garden 1986-Showzaço completo de mais um dos Grandes Dinossauros do Reggae




O ano de 1995 ficou marcado entre os fãs do reggae como o do cinqüentenário de Bob Marley. Em 97 foi a vez de Bunny Wailer, o mais jovem dos três Wailers originais (Bob Marley, Bunny Wailer e Peter Tosh) e o único ainda vivo. O mais discreto integrante do grupo que levou a mensagem do ritmo jamaicano para os cinco continentes completou 50 anos em abril de 97, recebendo justas homenagens por sua vida e obra devotadas ao reggae e à filosofia rastafari. Para começar, Bunny Wailer levou o seu terceiro Grammy (o maior prêmio concedido pela indústria fonográfica) pelo monumental CD duplo "Hall of Fame: Tribute to Bob Marley’s 50th Anniversary", em que ele desfilou cinquenta clássicos compostos pelo rei do reggae. Também está previsto o lançamento de sua biografia, com o nome provisório de "Old Fire Sticks", que está sendo finalizada pelo jornalista e pesquisador americano Roger Steffens, um nome que é garantia de quantidade e qualidade de informação.
Neville O’Riley Livingstone - seu nome de batismo - nasceu no dia 10 de abril de 1947, na Jamaica. Conheceu Bob Marley ainda criança e a amizade entre eles ficou mais forte depois que a mãe de Marley, Cedella Booker, se tornou companheira do pai de Bunny, Toddy Livingstone. Os dois amigos se tornaram irmãos e continuariam se tratando assim até a morte do maior ídolo da música jamaicana, em 1981. A carreira musical dos dois também se cruzou desde o início. Um ano depois de gravar o seu primeiro compacto, "Judge Not", Bob Marley formaria com Bunny, Peter e outros amigos do gueto o grupo The Wailers, que se destacaria nos anos seguintes entre as dezenas de grupos que se formaram naquela época na ilha caribenha.

Depois de ficar quase dez anos nos Wailers (trabalho interrompido por um ano, quando ele foi preso injustamente por porte de maconha em 67), Bunny Wailer gravaria o primeiro compacto solo,"Search for Love", pelo seu selo independente, Salomonic Records. Ao mesmo tempo os Wailers assinavam o contrato com a gravadora anglo-jamaicana Island Records e começavam a sua carreira internacional. No final deste mesmo ano lançariam o álbum "Catch a Fire", atraindo a atenção da imprensa mundial e levando o grupo a uma estafante turnê pela Europa no início de 73. Depois de um descanso na Jamaica, deveriam voltar para a estrada, dessa vez indo para os Estados Unidos, mas Bunny se recusou a viajar. Ele já estava comprometido seriamente com a religião rastafari e não desejava ficar tanto tempo afastado de sua fazenda e de seus rituais. Ele acabou se desligando dos Wailers, no que seria seguido por Peter Tosh alguns meses mais tarde, após a participação de ambos no álbum "Burning". Era o começo de uma nova fase para Bunny Wailer, em que ele lançaria seus trabalhos em estúdio com regularidade, mas dificilmente se apresentaria fora da Jamaica.

O seu primeiro LP solo, "Blackheart Man" (Island Records - 1976), é hoje aclamado como uma obra-prima do roots reggae e é por muitos considerado como o seu melhor trabalho, ao lado de "Liberation" (Shanachie Records - 1987). A produção posterior manteria a qualidade, mas os seus trabalhos mais populares foram os álbuns realizados em homenagem aos Wailers. Chamando para si a responsabilidade de manter vivo o legado do grupo, gravou "Sings The Wailers", "Time will Tell" e "Hall of Fame", ganhando o Grammy de melhor disco de reggae pelos dois últimos (o outro Grammy foi pela coletânea de compactos "Crucial! Roots Classics", lançada em 94).

Do alto de seus 50 anos, o rastaman Bunny Wailer é hoje um dos maiores nomes do reggae mundial, sempre a lembrar os seus companheiros da importância das raízes na música. Este é um recado que parece estar sendo compreendido pela nova geração do ritmo, atualmente empenhada retomar o sentimento e a arte original do reggae, mantendo o ritmo que tanto amamos como uma força viva e atuante no cenário musical do terceiro milênio.


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